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22º Festival do Camarão de Caraguatatuba gera mais de 1,1 mil empregos

22º Festival do Camarão de Caraguatatuba gera mais de 1,1 mil empregos
Para aqueles que pensam que o Festival do Camarão é apenas uma grande atração gastronômica na baixa temporada, fonte de entretenimento e diversão para munícipes e turistas, está muito enganado.

#PraCegoVer: Dois comerciantes usando avental fritam alimentos em uma cozinha montada em um dos estandes de venda da festa (Foto: JC Curtis/Fundacc)
Em 10 dias de festa, o 22º Festival do Camarão gera cerca de 900 empregos direto e mais de 200 indiretos, garantindo renda para homens, mulheres, além de gerar inclusão com a contratação de pessoas com deficiência e imigrantes.
Dentre os perfis que se destacaram está o de Wembley de Castro Ferreira, 25, mais conhecido como Digo, morador de Caraguatatuba. Ele é deficiente físico e durante a festa tem trabalhado com a equipe de limpeza, cuidando das mesas e cadeiras.
Para ele, usar muletas para caminhar não é nem de longe um obstáculo para trabalhar e garantir seu sustento. “Sou formado em administração, mas enquanto não surge uma oportunidade de emprego na minha área, eu faço alguns bicos por aí”.

#PraCegoVer: Um funcionário com deficiência usa muletas para andar na praça onde é realizada a festa (Foto: JC Curtis/Fundacc)
É a primeira vez que ele trabalha no Festival do Camarão e garante estar muito satisfeito com a oportunidade e com o tratamento que tem recebido do público. “Para mim, é uma satisfação poder mostrar que um deficiente também é capaz. Fiquei surpreso com a empatia das pessoas. Agradeço muito a oportunidade não só de trabalhar, mas de poder inspirar outras pessoas a contratar deficientes, que são tão capazes quanto qualquer outro”.
Além de Digo, há o caso dos venezuelanos Mirtha e Jesus, que vivem em São José dos Campos e foram contratados por Casemiro Quintino dos Santos e sua esposa Maria Socorro para trabalhar no preparo de alimentos em sua barraca.
Eles contam que os funcionários foram indicados pelo filho e a vontade de ajudar os recém chegados falou mais alto. “Achamos importante poder ajudar, dar uma oportunidade para quem precisa e quer trabalhar, pessoas direitas e honestas como eles são”, afirma Socorro.
Mirtha Josefina, 45 anos, se mudou com a família, esposo, filhos e netos há um ano e seis meses para o Brasil. É professora de castelhano e relata que mudar-se de seu País foi uma medida tomada em desespero.
“A situação na Venezuela não é boa. Falta tudo! Comida principalmente. Alguns comem até cachorro. É horrível!”, recorda em seu português ainda desajeitado, meio enrolado com o espanhol. “Estar aqui é muito bom e uma oportunidade que estão nos dando”, concluiu.
Mirtha conta que seu marido é técnico industrial e também trabalhou por anos na Marinha Mercante na Venezuela, assim como sua filha mais velha. Agora, ela diz que todos fazem trabalhos informais e busca a oportunidade de tornar o Brasil seu novo lar.
Assim como Mirtha e sua família, tem também Jesus Figueiredo, 31 anos, que chegou ao Brasil há seis meses. Ele conta que antes trabalhava com administração tributária, mas a situação ficou tão ruim que não teve como continuar em sua terra natal. “As condições na Venezuela são ruins! Não tem emprego, não tem segurança ou comida”.
Jesus relata, ainda, que para chegar ao Brasil foram 12 dias de viagem e que teve de cruzar a Amazônia, de Manaus a Porto Velho. “Cheguei com a esperança de trabalhar e ser feliz”, diz sorridente. Ele espera poder buscar sua esposa e seu filho de sete anos em breve. “ Talvez em outubro estejam aqui”, vislumbra.
Ele conta também que o dinheiro que ganha na festa será em parte para ajudar sua família. “Gostei muito de Caraguá porque se parece com o lugar de onde vim e também já havia trabalhado com feiras quando garoto. Então, estou gostando bastante de estar aqui”, contou.
Jesus trabalha como auxiliar de serviços gerais em uma academia em São José, e assim como Mirtha, espera um dia poder voltar a atuar em sua área de formação acadêmica e que o Brasil possa ser o lar que eles tanto precisam após tanta dificuldade e tristeza enfrentadas em seu país.
O Festival do Camarão oportunizou em 2019 empregos para diversas áreas como: limpeza, manipulação de alimento, apoio técnico, som, artes, música, dança e muito mais, sendo o diferencial para que diversas pessoas garantissem seu sustento em uma época de baixa temporada, onde os turistas costumam buscar descanso em locais serranos.
“Ficamos felizes que nosso lindo festival possa apoiar aqueles que precisam ao garantir oportunidade de renda. É uma enorme satisfação que o sucesso da festa seja capaz de ajudar tantas pessoas”, disse a presidente da Fundacc – Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba, Silmara Mattiazzo.
O 22º Festival do Camarão é organizado pela Fundacc e ocorre até o próximo dia 21, das 10h às 0h, com diversas atrações musicais, culturais, além da deliciosa gastronomia feita à base do crustáceo mais queridinho da região, o camarão.
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