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16 Dias de Ativismo pela Não Violência tem início em Caraguatatuba
16 Dias de Ativismo pela Não Violência tem início em Caraguatatuba
O prefeito Aguilar Junior acompanhado do secretário de Desenvolvimento Social e Cidadania Jonas Fontes lançaram oficialmente a campanha “16 dias de Ativismo – Basta! Viver sem violência é direito de todos”, nesta segunda-feira (26), no auditório da Fundacc, no Centro.
Esse evento é realizado mundialmente, entre 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e 10 de dezembro, data em que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Foi iniciado em 1991, quando mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), iniciaram uma campanha com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo.
A proposta do movimento em Caraguatatuba é mais ampla, pois os gestores das políticas públicas entendem que a violência é uma questão Social e de Saúde Pública, portanto, no município, a campanha é voltada não só para dar visibilidade aos atos violentos contra mulheres, mas também contra os idosos, crianças e adolescentes, seja ela por gênero, identidade social, racial, etc.
“Nosso trabalho é o de conscientização e fortalecimentos das mulheres para que elas não aceitem e denunciem as violências sofridas. Esses 16 dias serão de conscientização, mas estaremos os 365 dias do ano no combate à violência contra a mulher, ao idoso, à criança em uma frente de parceria entre o Social, a Saúde e a Educação”, declarou Aguilar Junior.
Já o secretário Jonas Fontes, a presidente do Conselho, Graziela Maria Chacon Borba, Ana Maria Magagnini reforçaram que a luta de conscientização e o fortalecimento junto às pessoas afetadas pela violência têm que ser diária.
Em seguida houve a apresentação teatral “Mulheres Guerreiras” com as alunas do curso de teatro da Fundacc do núcleo Morro do Algodão, Hevellim Rejane, 14 anos, Juliene Souza Santos, 14 anos, Lara Katglen Oliveira Batista, 13 anos e Miquel Sanches, 13 anos, que abordaram experiências de agressões sofridas pelas mulheres por parte de companheiros, feminicídio, casos diários divulgados nos meios de comunicação e reforçaram que, apesar da sociedade machista, a culpa não é da mulher e sim do agressor.
Para encerrar, os psicólogos Ricardo Xavier de Araújo e Gisele de Jesus Silva abordaram, especificamente, a violência contra a mulher negra.
“A proposta é que o ativismo comece não no dia 25 de novembro e sim no dia 20, Dia Nacional da Consciência Negra. No nosso trabalho diário temos que trabalhar entre nós profissionais e junto aos assistidos o conteúdo da Declaração Universal dos Direitos Humanos e isso passa pela questão da raça/cor já que mulheres negras são a maior parte das vítimas”, alertou Araújo.
De acordo com estudos realizados pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), nos últimos 10 anos, 71% das mulheres assassinadas eram negras. Também neste período, a violência contra mulheres negras aumentou em 15,4% e contra as brancas diminuiu em 8%.
“Para mudarmos esses dados temos que encarar o fato de que a rede de proteção a uma mulher branca é diferente de uma mulher negra justamente pelo preconceito. Por que as expressões “neguinho”, “da cor do pecado”, “cabelo ruim”, entre outras, carregadas de racismo, ainda são muito utilizadas cotidianamente. A mudança desses dados alarmantes do IPEA precisa ser trabalhado na convivência diárias entre as pessoas”, ressaltou Gisele.
História – Em 25 de novembro de 1999, a Assembleia Geral da ONU proclamava esta data como Dia Internacional para Eliminação da Violência Contra a Mulher, a fim de estimular que o Poder Público e a Sociedade Civil organizada, Nacional e Internacional, realizassem eventos anuais com o propósito de erradicação da violência contra a mulher.
A data foi escolhida no primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em Bogotá, Colômbia, para homenagear as irmãs Maria Teresa, Minerva e Patria Mirabal, Las Mariposas, que foram violentamente torturadas e assassinadas nesta mesma data, em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo.
As irmãs haviam sido presas e torturadas várias vezes, apesar disso, continuavam a luta contra a ditadura. A morte violenta delas causou grande comoção na República Dominicana com repercussão mundial.
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